A Visage for the gods

Taking the title from a pioneer early paper in pre-Christian Portuguese reconstructionism by Manuel Francisco Soares do Patronício (Um Rosto para os Deuses) and the more recent similar paper Figurar o Panteão: uma interpretação visual das divindades indígenas sob influência romana em Portugal ("Picturing the Pantheon: a visual interpretation of the indigenous deities under Roman influence in Portugal"), I wanted to contribute to an idea of the aesthetic portrayal of the ancient gods of the Gallaecian and Lusitanian peoples from current Portugal and Spanish Galicia, historical region of León and Extremadura. Taking some "cues" from the named paper and the self-criticisms in the now reference in English text on the subject by Carlos Albuquerque, here are some possible ancient and more modern somewhat accurate way to portrait some deities probably not portrayed the best:

  1. Albuquerque commented that given that there are other statues of healing, underworld and polyvalent god Endovélico, it is a shame that the most common image to find of him online is a noseless one now in the Portuguese National Archeology Museum, so here are 2 alternatives with a nose and barely noseless from the official website of the Spanish Extremadura region.
     
    Also, a statue with damaged (but still extant) nose identified by José Leite de Vasconcelos with Endovellicus (in Religiões da Lusitânia, 1897)
  2. Reo and Nabia are well represented in Albuquerque's article with ancient pictures of each one, so onwards to Ataegina or Ataecina. To replace the more modern statue of Ataegina used (which I already shared here), let's use this ancient Lusitanian goat statue (her totem animal) found in the La Zafrilla hacienda some three kilometers northwest from Malpartida (Spanish Extremadura) and a decapitated statue from Emmerita Augusta/Mérida which some identify with a late-pagan statue of this goddess.
  3. Given some home goddess, (generationally) more ancient goddess and fire associations they have in common, let's use the drawing of the similar Roman goddess Vesta in Caetano Lopes de Moura's Mythologia da Mocidade ("Youth's Mythology") as a more Portuguese version of a home, early generation and fire-associated goddess.
  4. Arentio and Arentia since they are very social and moral values associated deities, it makes sense to associate them with Virtue/Virtus and Honor/Honos as represented in Caetano Lopes de Moura's Mythologia da Mocidade as a more Portuguese version of symbolic strength and social honor and virtue deities.
  5. Quangeio can be portrayed, as a psychopomp canine-associated god of travel, with the dog-headed Saint Christopher represented in the charoa-tray of the Convent of Christ in Tomar or (more period accurate) the dog of the dead in the 250-150 b.C. Braganza brooch.
    Dogheaded St. Christopher in Tomar (damaged, partially restored) and the "dog of the dead" in the Braganza brooch or fibula
  6. Since Ilurbeda (as a likely road goddess; don't put too much faith in interpretations of her as a Hecate-style witchcraft goddess) is well illustrated by her stone inscription marker, let's move on to Carioceo. Since he was a horse rider  indigenous pre-Roman Ares/Mars, using a Roman-era unclear faced Mars (hence as likely to be bearded or beardless; as an early Italic deity, Mars was sometimes portrayed bearded unlike the usual clean shaven young Ares, still in Luso-Roman times a beard was a more pre-Roman signifier) in a lucerne from Mérida in Spanish Extremadura (then Emmerita Augusta, capital of Lusitania).
  7. Cosus being a Vettone people horse rider Ares/Mars, portraying him with the bearded (even though, as an early Italic deity, Mars was sometimes portrayed bearded, a beard was a more pre-Roman signifier) Mars heading a column on the Modern-era Plaza del Corrillo from Salamanca (in former Vettonia) seems regionally and symbolically appropriate (even if not period appropriate).
  8. Dercetio/Dercetia being illustrated with a contemporary Brazilian TV Cuca boggeywoman makes some sense given that the Spanish-Portuguese coca/cuca dragon boggeywoman may be derived from the Dercetio, but even better as an elder and role appropriate version would be a castro-culture stone head sculpture from the Barán castro at the Galician Lugo Museum (similar to the mountain/stone nature Dercetio may have) and the Monssao Coca dragon (a chaos monster fighting a hero saving a fertile world, whose role Dercetio might have played).
  9. Talking of Brazilian TV, the portrayal of a boatwoman (not boatman) of the dead in the here already mentioned Didi Malasarte year's end special, may be the closest post-Christianisation portrayal of Erbina/Irbina in that role she held according to what the state of the art of archeo-religious historiography judges likely now (although with some inspiration in the afro-Brazilian goddess of water and the dead Olocum).


Um Rosto para os deuses

Tirando o título de um trabalho inicial pioneiro em reconstruccionismo português pré-cristão por Manuel Francisco Soares do Patronício (Um Rosto para os Deuses) e o trabalho mais recente Figurar o Panteão: uma interpretação visual das divindades indígenas sob influência romana em Portugal, quis contribuir para uma ideia de representação estética dos deuses dos povos galaicos e lusitanos do actual Portugal e Galiza, país de Leão e Extremadura espanhóis. Tomando algumas "deixas" do trabalho nomeado e os auto-criticismos no agora texto em Inglês de referência sobre o assunto por Carlos Albuquerque, aqui estão alguns modos algo fidedignos antigos e mais modernos possíveis de representar algumas divindades provavelmente não retratados no seu melhor:

  1. Albuquerque comentou que dado que há outras estátuas do deus da cura, do submundo e polivalente Endovélico, é uma pena que a imagem mais comum de encontrar dele em-linha é uma sem-nariz hoje no Museu Nacional de Arqueologia, portanto aqui estão 2 alternativas com um nariz e quase nem contando como sem-nariz do sítio oficial da região da Extremadura espanhola.
     
    Além disso, uma estátua com nariz danificado (mas ainda extante) identificada por José Leite de Vasconcelos com Endovélico (in Religiões da Lusitânia, 1897)
  2. Reo e Nabia estão bem representados no artigo de Albuquerque com imagens antigas de cada um, assim adiante para Ataegina ou Ataecina. Para substituir a estátua mais moderna de Ataegina usada (a qual já partilhei aqui), usemos esta estátua de cabra (seu animal tótem) lusitana antiga encontrada na hacienda La Zafrilla a uns três quilómetrosde Malpartida (Extremadura Espanhola) e uma estátua decapitada de Emmerita Augusta/Mérida a qual alguns identificam como uma estátua tardo-pagã desta deusa.
  3. Dadas algumas associações de deusa doméstica, de deusa (geracionalmente) mais antiga e de fogo que têm em comum, usemos o desenho da deusa romana similar Vesta na Mythologia da Mocidade de Caetano Lopes de Moura como uma versão mais portuguesa de uma deusa doméstica, de geração anterior e associada-ao-fogo.
  4. Arentio e Arentia visto que são divindades muito associadas a valores sociais e morais, faz sentido associá-los com o Valor de virtude/Virtus e a Honra/Honos como representados na Mythologia da Mocidade de Caetano Lopes de Moura como uma versãos mais portuguesa de divindades de força e honra social simbólicas e virtude.
  5. Quangeio pode ser representado, enquanto deus de viagem associado-a-caninos psicopompo, com o São Cristóvão de cabeça de cão representado na charoa do Convento de Cristo em Tomar ou (mais fidedigno em época) o cão dos mortos no broche/fíbula de Bragança de 250-150 a.C..
    S. Cristóvão com cabeça de cão de Tomar (danificado, parcialmente restaurado) e o "cão dos mortos" no broche ou fíbula de Bragança
  6. Visto que Ilurbeda (enquanto uma provável deusa das estradas; não ponham demasiada fé em interpretações dela como uma deusa da bruxaria à Hécate) é bem ilustrada pelo seu marco de inscrição de pedra, avancemos para Carioceo. Visto que ele era um Ares/Marte pré-romano indígena cavaleiro, usando um Marte de cara não-delineada (logo tão provável de ser barbudo como desbarbado; como uma divindade itálica inicial, Marte era às vezes retratado desconforme o Ares jovem de cara lavada usual, ainda assim em tempos luso-romanos uma barba era um significante mais pré-romano) numa lucerna de Mérida na Extremadura Espanhola (então Emmerita Augusta, capital da Lusitânia).
  7. Cosus sendo um Ares/Marte cavaleiro do povo Vetão, retratá-lo com o Marte barbudo (embora, enquanto uma divindade itálica inicial, Marte era por vezes representado barbudo, uma barba era uma significante mais pré-romano) encimando uma coluna na Plaza del Corrillo de-era-moderna de Salamanca (na antiga Vetónia) parece regionalmente e simbolicamente apropriado (mesmo se não apropriado em época).
  8. Dercetio/Dercetia sendo ilustrado com uma papão[/papona?] Cuca de TV brasileira contemporânea faz algum sentido dado que a papão[/papona?] dragão coca/cuca hispano-portuguesa pode ser derivada do Dercetio, mas ainda melhor como uma versão anciã e apropriada em papel seria uma escultura de cabeça de pedra castreja do castro de Barán no galego Museu de Lugo (similar à natureza de montanha/pedra que Dercetio pode ter) e o dragão Coca de Monção (um monstro do caos combatendo um herói salvando um mundo fértil, cujo papel Dercetio pode ter representado).
  9. Por falar em TV brasileira, o retrato de uma barqueira (não barqueiro) dos mortos no aqui já mencionado especial de fim-de-ano Didi Malasarte, pode ser o retrato pós-cristianização mais próximo de Erbina/Irbina nesse papel que era retinha de acordo com o que o estado da arte da arqueo-historiografia religiosa julga provável agora (embora com alguma inspiração da deusa da água e dos mortos afro-brasileira Olocum).

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