Comparing Portuguese and Malay folklores (part 6)
(Continued from part 5)
- the Portuguese Medo ("Fear") is the personification of a person's own fear itself, somewhat similarly to the connection of an Hantu Raya with the human who puts it under their service and which can serve as the human owner's double,
- the Portuguese Olhapim is a kind of dwarf (so also called anaio, related to anão, dwarf in the "person with dwarfism" and "mythical small humanoid" sense; there are anaios unrelated to these as well similar to the usual European gnomes and dwarves and Graeco-Roman pygmies) spirit, goblin or haunting that has 2 eyes in the front and 2 in the back of its head and is similar in size to the Malay Polong (finger sized dwarve spirit; more akin to the allegorical Dez anõezinhos da Tia Verde-Água/"The Ten Dwarfs of Aunt Blue Green") and in general features to the Malay spirit of many large protruding eyes across its body, the Hantu Buta who can cause blindness and terminal illness to people who come across it,
- the Portuguese Olharapo (from olho/"eyes"; the female is called Olharapa, similar to García Rodríguez's/"Darabuc" 's Ojobrusco/Quickeye and Benji Davis' Grotlyn) or alicórnio (this normally is an alternate name used for the unicórnio/"unicórnio", which is probably a misspell from córnea/"cornea" of the eye for córnio from corno/"horn", so it would be more correct alicórneo) is a sort of Portuguese cyclope, a one eyed monster who may try to eat you and take your other eyes for his one-eyed self, as a Malay Hantu Buta of higher size can also cause blindness,
- Ondina is the Portuguese name for the usual pan-European water spirits (they appear in Camoens' poetry for example), like the Malay Hantu Air,
- the Portuguese-Galician Peeira is a forest spirit who is a girl that is summoned and bewitched to be a "fairy of wolves" that can be benign or evil in their protection of the forest and wolves similar to the role of the Johor State Orang Mawas (which are of both genders and more animalesque and giant, like the Portuguese Graeco-Roman inspired Silvão and Fauna, though) towards the jungle and orangutans and the Malay general protector of hunted animals Hantu Denai and like the Hantu Rimba or Hantu Hutan is a protector of nature (but of trees and more natural than human, like the originally pagan European/Portuguese fanum/fano or fauno/faun),
- the Portuguese Rosemunho or Remoinho (for "Whirlwind") is an evil spirit that appear around noon time of a day within a suddenly formed small whirlwind like the balborinho/borborinho, as the ancient pre-human pan-Muslim type of demonic spirits "Ifrit of the Jin/Genie", wind and fiery wind spirit that causes winds and storms, (contemporary illustration of whirlwind carrying a person as a Rosemunho would if you did not throw rosary beads at it) (an Ifrit in a Malay Comic)
- the Portuguese-Galician Secular das nuvens ("Clouds century-old-man") is the warlike spirit considered the provoker of storms (living within the cloud that is darker before the others and causes the storm), so it is clearly a fairy-tale-turned version of the Sky God (hence comparable to God using storms to bring down the Cavalum's chaos spree, and to destroy Atlantis in the Portuguese "legend of Saint Sylvestre's Night"); similarly the Malay Naaga or saltwater crocodile Seri Pahang ("Pahang State's Glow") destroys the rival Seri Kemboja ("Cambodia's Glow") and lies at the bottom of Lake Chini together with a sunken city of the Khmer people,
- the Tágides were also made up by Camoens in The Lusiads, being the nymphs of the Tagus river to whom he appeals to as to give him inspiration to poetry on Portugal, as the river bank and watery bidadari (Malayised from the Sanscript for "knowledge-holder") of the Hindu-Malay-Islamic syncretism gift the just with knowledge and happiness and inspire the Malay arts (serving also as muses to Malay verse),
- the Portuguese Tardo or Trevor (on this latter name I have mentioned it before on a Portuguese translation from English on this blog) can start as a child bewitched (like a werewolf or corredor) by the godfather messing his words to be said during the christening, and can be cursed to be a tardo if done so before communion age, which appears (under humanoid or animal forms) during people's dreams to provoke them nightmares or appears to desoriented (in older folk Portuguese, intardados) people at crossroads and urinates on their legs (similarly to the fecal punishments of the cristang Churichacha), and if their bewitching is not broken before 7 years they turn into werewolves. A Trás-os-Montes form of it (with a supernatural origin as a festive mood reptilian devil, but sometimes confused with the Tardo/Trevor as an human child turned supernatural, in this case an unbaptised child's ghost; the undead ones are comparable to the pan-Islamic Ghul which feeds on dead bodies vampire-like as the Portuguese Bruxsa vampire-witch) similar to the Fradinho da mão furada is the Trasgo, a form of Duende (Goblin or small Elf) but sometimes (as the type called Maruxinho that guards treasures in mounts, caves and wells similar to the Malay cave Hantu (Anak) Gua (Batu)) it is taller and more like a nordic troll, while the cristang can call to spirits their Portugal relatives call trasgos (and fradinhos/diabinhos da mão furada) by the name toyol (after the Malay fashion), due to their impish homely and fortunate nature (people who keep these Malay imps have to feed them blood from their own bodies and the toyols are trained to go into people's households and steal),
(To be continued)
Images mostly from http://bibliotecasmp.blogspot.com/2018/02/o-carnaval-e-o-imaginario-tradicional.html (Carnaval/Mardi Gras ones), http://www.monsterku.com/malaysian-ghosts.html (the contemporary illustrations of Malay supernatural creatures) and the Bestiário Tradicional Português ("Portuguese Traditional Bestiary") book by Nuno Matos Valente and illustrated by Natacha Costa Pereira (in slighly cropped and altered pictures)
Comparando folclores português e malaio (parte 6)
(Continuado da parte 5)
- o Medo português é uma personificação do próprio medo de uma pessoa, algo similar à ligação de um Hantu Raya com o humano que o põe sob o seu serviço e o qual pode servir como o duplo do dono humano,
- o Olhapim português é um tipo de espírito, duende ou assombração anão/ã (assim também chamado anaio, aparentado com anão, no sentido de "pessoa com nanismo" e de "pequeno humanoide mítico"; há anaios não relacionados com estes também semelhantes aos gnomos e anões europeus usuais e pigmeus greco-romanos) que tem 2 olhos à frente e 2 atrás na cabeça e é similar em tamanho ao Polong (espírito anão do tamanho de um dedo; mais afim aos Dez anõezinhos da Tia Verde-Água alegóricos) malaios e em traços largos ao espírito malaio de muitos olhos protuberantes grandes pelo corpo fora, o Hantu Buta que pode causar cegueira e doença terminal às pessas que se cruzam com ele,
- o Olharapo (de olho; a fémea é chamada Olharapa) português é um tipo de ciclope português, um monstro de um olho que pode tentar comer-te e tomar-te os olhos para o seu eu monocular, como um Hantu Buta malaio de maior tamanho pode também causar cegueira,
- Ondina é o nome português para os espíritos de água pan-europeus correntes (aparecem na poesia de Camões por exemplo), como o Hantu Air malaio,
- a Peeira luso-galaica é um espírito da floresta que é uma rapariga a qual é invocada e embruxada para ser uma "fada dos lobos" que pode ser benigna ou maléfica na sua protecção da floresta e lobos similar ao papel do Orang Mawas do estado de Johor (os quais são de ambos os géneros e mais animalescos e gigantes, como o Silvão português de inspiração greco-romana e a Fauna, todavia) para com a selva e orangutangos e o protecor geral de animais caçados Hantu Denai malaio e similares como o Hantu Rimba ou Hantu Hutan é um protector da natureza (mas de árvores e mais natural que humano, como o fanum/fano ou fauno europeu/português originalmente pagão),
- o Rosemunho ou Remoinho português é um espírito maléfico que aparece por volta da hora do meio-dia de um dia dentro de um redemoinho repentinamente formado como o balborinho/borborinho, como o tipo pan-muçulmano pré-humano antigo de espírito demoníacos "Ifrit do Jin/Génio", espírito do vento ventoso e fogoso que causa ventos e tempestades, (ilustração contemporânea de um redemoinho a carregar uma pessoa como um Rosemunho o faria se não atirasses um rosário para ele) (um Ifrit numa BD malaia)
- o Secular das nuvens (no sentido de "Homem centenário que vive nas nuvens") luso-galaico é o espírito belicoso considerado o provocador de tempestades (vivendo dentro da nuvem que é mais escura antes das outras e causa a tempestade), assim é uma versão tornada-conto-de-fadas do Deus do Céu (assim sendo comparável a Deus usar tempestades para deitar abaixo o bródio de caos do Cavalum, e para destruir a Atlântida na "lenda da noite de São Silvestre" portuguesa); similarmente a Naaga ou crocodilo de-água-salgada Seri Pahang ("Brilho do estado de Pahang") destrói a/o rival Seri Kemboja ("Brilho do Camboja") e jaz ao fundo do Lago Chini junto com uma cidade afundada do povo Khmer,
- as Tágides foram também inventadas por Camões n'Os Lusíadas, sendo as ninfas do rio Tejo a que ele apela para lhe darem inspiração a poesia sobre Portugal, como as bidadari (malaízado do sanscrito para "possuídora-de-saber") de margens fluviais e águas do sincretismo hindu-malaio-islâmico presenteiam os justos com saber e felicidade e inspiram as artes malaias (servindo também de musas aos verso malaio),
- o Tardo ou Trevor (sobre este último nome já o mencionei antes numa tradução portuguesa a partir do Inglês neste blogue) português pode começar como uma criança embruxada (como um lobisomem ou corredor) pelo padrinho fazer asneira com as palavras a serem ditas durante o baptismo, e pode ser amaldiçoado a ser tardo se isso for feito antes da idade da primeira-comunhão, o qual aparece (sob formas humanoides ou animais) durante sonhos das pessoas para provocar-lhes pesadelos ou aparecem a pessoas desorientadas (em Português popular mais antigo, intardados) em encruzilhadas e urina-lhes nas pernas (semelhante aos castigos fecais do Churichacha cristang), e se o seu bruxedo não for quebrado antes dos 7 anos tornar-se-ão em lobisomens. Uma forma transmontana dele (como uma origem sobrenatural como um diabo reptiliano de feitio festivo, mas por vezes confundido com uma criança humana tornada sobrenatural, neste caso o fantasma de uma criança não-baptizada; os que são mortos-vivos são comparáveis ao Ghul pan-islâmico que se alimenta de corpos mortos à vampiro como a vampira-bruxa portuguesa chamada Bruxsa) similar ao Fradinho da mão furada é o Trasgo, uma forma de Duende (ou pequeno Elfo)mas por vezes (como o tipo chamado Maruxinho que guarda tesouros em montes, cavernas e poços semelhante ao Hantu (Anak) Gua (Batu)) de cavernas malaio é mais alto e mais como um troll nórdico, enquanto o cristang pode chamar a espíritos que os seus parentes de Portugal chamam trasgos (e fradinhos/diabinhos da mão furada) pelo nome toyol (seguindo a moda malaia), devido à sua natureza doméstica e afortunada molequinha (pessoas que mantêm estes molequinhos malaios tem de alimentar-lhes sangue dos seus próprios corpos e os toyols são treinados para entrar na casa das pessoas e roubar),
(A continuar)
Imagens principalmente de http://bibliotecasmp.blogspot.com/2018/02/o-carnaval-e-o-imaginario-tradicional.html (as do Carnaval), http://www.monsterku.com/malaysian-ghosts.html (as ilustrações contemporâneas de criaturaas sobenaturais malaias) e do livro Bestiário Tradicional Português de Nuno Matos Valente e ilustrado por Natacha Costa Pereira (em imagens ligeiramente cortadas e alteradas)
Comentários
Enviar um comentário